19 de abr. de 2010

Um pouco da História do Cabelo

Postado por Craving

Os tratamentos para a beleza do cabelo fizeram uma longa viagem no tempo, antes que chegássemos ao estudo do fio propriamente dito há registros da existência de espaço para o embelezamento das melenas ainda na Grécia Antiga. Seriam, digamos, os primeiros salões de cabeleireiro de que se tem notícias. Eram os Koureia, prova de que a preocupação grega com a estética era muito mais integrada do que se pode imaginar.

Na época, ofertar as madeixas aos deuses era o maio presente que se podia apresentar.
Berenice, por exemplo, cortou o cabelo e os ofertou em sacrifícios.
Afrodite cobria sua nudez com as longas madeixas.
Vênus, deus do amor, era conhecida pelo cheiro de ambrosia que seus cabelos exalavam.
Diana, a deusa da caça, entregava sua cabeleira loura ao cuidados das ninfas.

Sócrates era calvo e explicava a falta de cabelo com uma tirada filosófica – Como seria de se esperar: “Mato não cresce em ruas ativas”.
Mas os Gregos não foram os únicos povos da antiguidade a colecionar história sobre cuidados e embelezamento dos cabelos.

No Egito Antigo os faraós usavam perucas como forma de distinção social. Papiros egípcios com mais de 4 mil anos já faziam referências à anatomia do couro cabeludo e a fórmulas de tratamento para a calvície. Cleópatra receitava para seu amado Júlio César, que era calvo, uma fórmula caseira com rato doméstico, dente de cavalo, gordura de urso e medula de veado.
Diziam que o segredo do encanto de Nefertite estava no brilho das suas negras madeixas, banhadas de óleos aromáticos e perfumes.
Na Roma, mulheres tingiam seus cabelos com sabão amarelo ou usarem perucas feitas de cabelos louros dos prisioneiros bárbaros.
Na Idade Média, as imposições religiosas levavam as mulheres a cobrir completamente os cabelos.
Os abrigos mais simples eram constituídos por uma peça de linho caída sobre os ombros ou abaixo deles.
Os Véus de noivas e as mantilhas das espanholas são derivações do costume desse tempo.
No fim da Idade Média, os cabelos eram penteados para trás, escondidos, e, se crescessem na testa, eram raspados, para que o chapéu fosse a atração principal, veja só.

Na França de Luís XIV, a tendência era usar cabelos compridos e em longos cachos. O modismo foi longo imitado pelos cortesãos, que começaram a usar perucas de cabelos naturais.
Foi nessa época que um cabeleireiro com especial senso de oportunidade imaginou eriçar o cabelo das perucas, enrolando-o molhado em pauzinhos cilíndricos e levando para secar nos fornos das padarias. Essa técnica antiga ainda é praticada com algumas variações nas fábricas de perucas e postiço, com o nome de croquignole ou frisure forceé.

Na corte de Versalhes, as perucas também foram um marco, principalmente com a coleção de Madame Popadour. Depois de penteá-las, elas costumavam vaporizá-las com pós de diversas cores, como azul, rosa, branco ou qualquer outra. Na corte inglesa, durante a dinastia Tudor, A Rainha Elizabeth I costumava realçar os reflexos de seus cabelos com casca de nogueira e os penteava formando vários anéis estilizados.

No mundo muçulmano não ocidental e tradicional, os cabelos eram cobertos por véus ou lenços – que persistem até hoje. Revendo religiões e mitologias, percebe-se que não existe um deus sem cabelos.

Ante de Cristo, Buda teve sua expressão máxima quando renunciou aos bens materiais e cortou seus cabelos.

Entre mitos, folclores e lendas, duas certamente pertencem ao imaginário capilar da humanidade:

A de Sansão, que perdeu a força e ficou à mercê dos filisteus depois que sua amada Dalila cortou sua cabeleira;

E a de uma personagem dos contos Rapunzel, que tinha tranças fortes e tão compridas que serviam de acesso à sua torre do castelo.

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